É difícil para a comunidade científica calcular de forma imediata a
contribuição económica e financeira da biodiversidade para a sociedade.
Contudo, é evidente que a vida humana
depende diretamente da biodiversidade, na medida em que esta fornece ao ser
humano alimentos, água, medicamentos, para além de constituir-se como fonte de
muitas outras facilidades para a vida nas sociedades atuais.
A
biodiversidade possui valor social, cultural e também económico para a
sociedade, na medida em que não fornece apenas os produtos diretamente
extraídos da natureza, mas também uma variedade de Ecoserviços ao planeta, onde
se inclui a sua participação na redução das emissões dos gases efeito estufa,
na adaptação aos eventos climáticos ou naturais, o potencial de descobertas de
novos produtos industriais como os cosméticos, ou para nossa saúde
(medicamentos). Além disso devemos considerar também os serviços prestados que
proporcionam as condições adequadas a uma vida saudável, lazer, conhecimento,
respeito cultural e paisagens.
A perda de
biodiversidade, impulsionada por inúmeras atividades económicas que beneficiam
e produzem valor económico para a sociedade, acabam elas mesmas e os lucros que
produzem por ser insignificantes perante os custos da perda deste capital
natural e das consequências irreversíveis que este fenómeno poderá causar no
planeta.
No caso do Arquipélago dos
Açores a biodiversidade para além do seu valor social e cultural desempenha
um papel fundamental no desenvolvimento económico da RAA, por meio do sector
turístico, principalmente, no segmento do turismo de natureza praticado nas
ilhas.. De acordo com o investigador da Universidade dos Açores, Paulo Borges "o turismo e a natureza são
dois elementos importantes para o desenvolvimento económico da Região, sendo
isto possível com uma "natureza bem protegida e preservada". Assim, uma vez que o turismo e a biodiversidade apresentam-se como componentes interdependentes, torna-se
necessário despertar as consciências dos operadores e dos viajantes para que
cumpram a sua parte de responsabilidade global, na salvaguarda de espécies
únicas e dos ecossistemas que compõem o nosso planeta.
Fontes:
- WWF
(s.d.). Benefícios e custos do uso da Biodiversidade. Disponível [online] http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/beneficios_custos_biodiversidade/
- Millennium Ecosystem Assessment,
2005. Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources
Institute, Washington, DC., 2005
Olá Fabiana!
ResponderEliminarGostei da tua reflexão e fiquei a pensar no seu conteúdo ...
De facto, como bem referes, “a perda de biodiversidade, impulsionada por inúmeras atividades económicas que beneficiam e produzem valor económico para a sociedade, acabam elas mesmas e os lucros que produzem por ser insignificantes perante os custos da perda deste capital natural e das consequências irreversíveis que este fenómeno poderá causar no planeta” (Fabiana).
Como se sabe, a complexidade de enumeros interesses da sociedade contemporânea dependem da “saude” da biodiversidade e dos serviços prestados pelos ecossistemas... Neste sentido, Alves et al (2012) entendem que a “sua complexidade exige uma abordagem socioecologica holistíca, e não apenas económica ou conservacionista, que esteja atenta à justiça social, à universalização do acesso à educação e à saúde, à melhoria na qualidade de vida de toda a população e à equidade de género em contextos interculturais (étnicos, sociais e religiosos) diversos, que se comprometa e preocupe com as condições de vida das proximas gerações”.
Fabiana, não restam dúvidas que “a natureza está impondo limites ao nosso desgoverno” (Idem) e que “dificeis decisões, que envolvem trade-offs com objetivos concorrentes, têm que ser tomadas” (Millennium, 2005)!
Neste contexto, a NOSSA participação cidadã “apresenta-se como tónico necessário para reverter um ‘agir justo’ que possa ultrapassar os constrangimentos e relações de poder habituais...” (Alves et al (2012).
Consciencialize-mo-nos ...
FONTES:
Alves, Fátima, Azeiteiro, Ulisses, Araújo, M. José (2012). “Cidadania ambiental e participação: o diálogo e articulação entre distintos saberes-poderes” in Desenvolvimento e Sustentabilidade: desafios da Rio + 20, Rio de Janeiro, Revista Saúde em Debate, Centro Brasileiro de Estudos em Saúde, CEBES. Rio de Janeiro, v. 36, n. especial de Junho, p. 46-54. ISSN 0103-1104, Disponível em: http://www.cebes.org.br/media/File/Revista_Saúde_em_Debate%20-%20Rio+20.pdf
Millennium Ecosystem Assessment (2005). Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC
Flora, 900942
Fabiana e Flora,
ResponderEliminarboas reflexões e boas partilhas de bibliografia! PBN