Biodiversidade, Geodiversidade e Conservação
quarta-feira, 16 de abril de 2014
sexta-feira, 11 de abril de 2014
Ameaças à Biodiversidade: Açores
Biodiversidade» ou «diversidade
biológica», conforme fixado no artigo 2.º da Convenção da Diversidade
Biológica, é a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens,
incluindo, inter alia, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os
complexos ecológicos dos quais fazem parte; compreende a diversidade dentro de
cada espécie, entre as espécies e dos ecossistemas.
As alterações recentes ao estudo
da biodiversidade resultam da ação direta ou indireta de várias forças motrizes,
ou promotoras de alteração sobre os ecossistemas (Proença, V. et al, 2009).
As causas diretas mais
importantes da perda de biodiversidade e de alteração doa ecossistemas são as alterações ao uso do solo, a sobre-exploração de recursos, a poluição, a introdução de espécies exóticas, e o efeito das alterações climáticas (MEA, 2005).
No caso específico dos Açores os
principais promotores da perda de biodiversidade são: as alterações ao uso do solo (pastagens), a introdução de espécies exóticas, e, a longo prazo, o efeito das alterações climáticas.
Alterações do uso do solo: A
abertura de valas de drenagem associadas à agricultura e ao pastoreio, é uma
ação que afeta gravemente o bem-estar e equilíbrio da vegetação aí existente,
logo prejudicando a sua função na regulação da qualidade e quantidade de água. Com
o incremento da necessidade de pastagens nos Açores, as turfeiras foram
dessecadas e o gado introduzido. A presença de gado nas turfeiras afeta o
musgão e a drenagem das mesmas, afetando gravemente a qualidade da turfeira e a
sua capacidade de retenção de água.
A introdução de espécies exóticas: A introdução de espécies animais e vegetais em diferentes
ecossistemas também pode ser prejudicial, pois acaba colocando em risco a
biodiversidade de toda uma área, região ou país. No caso dos açores, mais concretamente na Ilha de São
Miguel, seguem abaixo algumas das invasoras mais conhecidas:
- A Conteira é uma planta invasora, originária dos Himalaias, tem uma grande capacidade de dispersão e nas áreas onde se desenvolve não permite o crescimento de nenhuma das plantas que fazem parte da Floresta Laurissilva.
- A Cletra é originária da Madeira e foi introduzida nos Açores para aumentar a diversidade de espécies existentes. No entanto, tornou-se invasora e atualmente é a planta invasora mais comum a elevadas altitudes.
- A Criptoméria foi extensamente plantada nos Açores para resolver os problemas de erosão do solo causados pela deflorestação. Porém, hoje em dia ocupa extensas áreas, não permitindo o desenvolvimento da floresta natural dos Açores, que também cumpre a função de proteger os solos e evitar derrocadas e cheias.
- O Incenso é uma planta originária da Austrália, muito utilizada para a criação de sebes de separação de pastagens porém, tornou-se selvagem ocupando extensas áreas junto das ribeiras e colocando em causa a sobrevivência de muitas plantas nativas dos Açores.
- O gigante é uma planta originária do Chile que foi trazida para os Açores como planta ornamental. Esta planta aparece em zonas com pouca cobertura de árvores e pode crescer até diâmetros superiores a um metro, afetando a sobrevivência das plantas originárias das turfeiras. É das plantas que maior ameaça apresenta à vegetação natural, já que cada planta pode produzir cerca de 250 000 sementes que facilmente são espalhadas pelo vento.
O Efeito das Alterações Climáticas: As ameaças à
biodiversidade açoriana resultantes das alterações climáticas prender-se-ão com
os problemas derivados da erosão, desabamentos, alteração hidrológica, avanço
de exóticas e fragmentação de habitats.
Fontes:
-
Millennium Ecosystem
Assessment (2005). Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity
Synthesis.World Resources Institute, Washington, DC.
-
Proença, V. et al. (2009) Biodiversidade in "Ecossistemas e Bem-estar humano - Avaliação para
Portugal do Millennium Ecosystem Assessment" Escolar Editora
-
Decreto Legislativo Regional n.º 15/2012/A, de 2 de abril, que estabelece o regime jurídico
da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Algas coralinas nos Açores um mundo a descobrir
Foram recentemente registadas duas novas espécies de
algas coralinas para os Açores. Uma delas, Choreonema thuretii, vive parcialmente
dentro de outra alga, como “parasita”.
A outra chama-se Pneophyllum confervicola e foi encontrada a
crescer sobre outra alga coralina.
Ambas são espécies de muito pequenas dimensões, podendo
apenas ser identificadas ao microscópio electrónico. É provável que ambas
tenham sido negligenciadas nos Açores devido ao seu reduzido tamanho e à sua
forma de crescimento (parasita/epífita).
Fonte:
Revista UAciência -
"Algas coralinas nos Açores - um mundo a descobrir", publicada no
passado dia 16 de março de 2014.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
O Valor da Biodiversidade
É difícil para a comunidade científica calcular de forma imediata a
contribuição económica e financeira da biodiversidade para a sociedade.
Contudo, é evidente que a vida humana
depende diretamente da biodiversidade, na medida em que esta fornece ao ser
humano alimentos, água, medicamentos, para além de constituir-se como fonte de
muitas outras facilidades para a vida nas sociedades atuais.
A
biodiversidade possui valor social, cultural e também económico para a
sociedade, na medida em que não fornece apenas os produtos diretamente
extraídos da natureza, mas também uma variedade de Ecoserviços ao planeta, onde
se inclui a sua participação na redução das emissões dos gases efeito estufa,
na adaptação aos eventos climáticos ou naturais, o potencial de descobertas de
novos produtos industriais como os cosméticos, ou para nossa saúde
(medicamentos). Além disso devemos considerar também os serviços prestados que
proporcionam as condições adequadas a uma vida saudável, lazer, conhecimento,
respeito cultural e paisagens.
A perda de
biodiversidade, impulsionada por inúmeras atividades económicas que beneficiam
e produzem valor económico para a sociedade, acabam elas mesmas e os lucros que
produzem por ser insignificantes perante os custos da perda deste capital
natural e das consequências irreversíveis que este fenómeno poderá causar no
planeta.
No caso do Arquipélago dos
Açores a biodiversidade para além do seu valor social e cultural desempenha
um papel fundamental no desenvolvimento económico da RAA, por meio do sector
turístico, principalmente, no segmento do turismo de natureza praticado nas
ilhas.. De acordo com o investigador da Universidade dos Açores, Paulo Borges "o turismo e a natureza são
dois elementos importantes para o desenvolvimento económico da Região, sendo
isto possível com uma "natureza bem protegida e preservada". Assim, uma vez que o turismo e a biodiversidade apresentam-se como componentes interdependentes, torna-se
necessário despertar as consciências dos operadores e dos viajantes para que
cumpram a sua parte de responsabilidade global, na salvaguarda de espécies
únicas e dos ecossistemas que compõem o nosso planeta.
Fontes:
- WWF
(s.d.). Benefícios e custos do uso da Biodiversidade. Disponível [online] http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/beneficios_custos_biodiversidade/
- Millennium Ecosystem Assessment,
2005. Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources
Institute, Washington, DC., 2005
sexta-feira, 28 de março de 2014
Parque Natural da Ilha de São Miguel
O Parque Natural da Ilha de São Miguel foi criado
pelo Decreto Legislativo Regional n.º 19/2008/A, de 8 de julho e
integra todas as áreas protegidas classificadas da ilha (desde reservas e
monumentos naturais a paisagens protegidas, uma das quais eleita uma das 7
Maravilhas Naturais de Portugal), tendo em conta o valor natural dos espaços,
numa perspetiva de conciliação da preservação da biodiversidade com o fomento
da atividade económica pelo uso sustentável dos recursos. O Parque Natural da
Ilha de São Miguel constitui a unidade de gestão dessas áreas e insere-se no
âmbito da Rede Regional de Áreas Protegidas da Região Autónoma dos Açores.
Lagoa das Sete Cidades
Lagoa do
Fogo
Pico da Vara
Ilhéu de Vila
Franca do Campo
Pico da Camarinhas
Gruta do Carvão
Caldeira Velha
quarta-feira, 26 de março de 2014
Biodiversidade dos Açores em Números
Os Açores são um arquipélago
isolado de nove ilhas oceânicas, pertencente à região biogeográfica da Macaronésia,
constituindo-se como uma das regiões mais ricas em fungos, plantas e
animais da Europa.
Atualmente,
o número total de espécies e subespécies terrestres
nos Açores está estimado em cerca de 6164 e os organismos marinhos em cerca de 1883, pertencentes a 16 filos.
O número total de espécies e subespécies terrestres e marinhos nos Açores está estimado em cerca de 8047.
Fonte:
Borges et al (2010). Listagem dos organismos terrestres e
marinhos dos Açores (A
list of the terrestrial and marine biota from the Azores). Cascais:
Princípia Editora, Lda
Subscrever:
Mensagens (Atom)